UM SALTO NO INFINITO
Nome fantasia: meu abre alas é Andréa Sousa
Contadora desde que juntei gente na minha frente na beira do rio Poty, lá no cearazimrréi, aos 7 anos
Nasci em Piripiri-Pi. Cresci em Crateús-Ce. Aniversário em 27 de maio
RAIO X
(por ela mesma)
Nome: Antônia Soares André de Sousa Nome fantasia: meu abre alas é Andréa Sousa
Contadora desde que juntei gente na minha frente na beira do rio Poty, lá no cearazimrréi, aos 7 anos
Nasci em Piripiri-Pi. Cresci em Crateús-Ce. Aniversário em 27 de maio
Não me sirva: Atum. Gosto não!
Bebida: Água. De preferência líquida. Quanto mais molhada melhor
Família: Esposa deslumbrada do Pr. Gerônimo, mãe fascinada de Patrícia, Joshua e Rhebeca, recém avó abestaiada do Nícolas.
Defeito: simultanear ações. Impaciente com gente metódica, omissa e pessimista
Mais gosto: é de juntar gente para convivência criativa. Ler, ouvir e contar histórias
Detesta: quem não toma posição só pra ficar bem na fita. Intolerância. Farisaísmo
Câmara Federal Brasília |
Praia/campo: os 3😂, faltou montanha!
Estação do ano: as 4. “The life is beautifull”
Time: CURÍNTIA, JOGAI POR NÓS!
Rádio preferida: as que tocam a era disco e MPB de fino trato
Programa TV: Roletrando. Amo ficar antecipando as palavras. Metrópole da TV cultura
Histórias do meu repertório: só conto o que gosto. Todavia e por toda a via, destaco: A princesa e o destino (conto indiano), O tesouro de Bresa (conto árabe), O Castelo Amarelo (Malba Tahan) e Jesuína e a cabaça.
Associações/agremiações que participo: Projeto Conta Comigo, Academia Brasileira de Contadores de Histórias, Instituto Heraartemisul, Associação Mulheres em Sol Maior, Rotary Club Ponte Estaiada, Associação Comercial São Paulo, Igreja Presbiteriana.
UM SALTO NO INFINITO
A trajetória cultural de Andréa qualquer hora dessas virará até filme. Menina do subúrbio de São Paulo, catava livros no lixo das casas para poder ler. Seus irmãos maiores já sabiam ler, mas alguns exemplares eram exclusivos deles. Sua vontade de ler era tão grande que ela aprendera a ler praticamente sozinha. Aquela menina franzina cresceu, se formou, tem uma família abençoada, uma linda casa com prateleiras brancas e muitos, muitos livros, tal qual sonhara, e um emprego top 10.
ATIVIDADES ATUAIS
Escritora, com quatro livros publicados, cordelista, palestrante, é professora de pós-graduação no Instituto Linguagens da Infância, onde leciona as disciplinas Mediação de Leitura para crianças no Centro Universitário Ítalo Brasileiro em Sampa; Na cadeira? Curso? Arte de Contar Histórias leciona Tradição Oral em Brasília. É formadora de educadores infantis no Brasil pela Fundação ABRINQ e coordenadora geral do Centro Cultural de Santo Amaro/SP. Conta histórias em todo lugar. Faz questão de ocupar espaços pouco “concorridos” como cemitérios, barcos, maternidades, asilos e prisões.
LIVROS PUBLICADOS
1°: “Toinha dos Inhamuns, a menina que amava as Palavras” - Está na 2ª edição. Este livro é paradidático adotado em escolas de rede municipal e estadual em São Paulo. Virou tema de TCC e de teatro de fantoches.
2° - “Essa História eu conto assim!”- Coletânea de contos prediletos de contadores de histórias convidados pela editora, escritos de forma coloquial.
3° - “Daqui e Dali” - Antologia poética com poetas do Peru, Chile, Uruguai, Bolívia e Brasil.
4° - “A Valente Dadá no Reino da EJA Encantada”- em literatura de cordel.
DESTINO BBB
Em 1992, por motivos políticos, foi exilada de Santo Amaro. Foi parar numa biblioteca infantil em Campo Limpo, bairro bem afastado. A sala de leitura parecia um calabouço, mofado, inóspito, inabitado, cujo acesso era uma escada em espiral meio horripilante. Ao descer cada degrau, perguntava-se qual seria seu destino. Puxou um livro empoeirado da estante despencada chamado “A princesa e o destino”, um de seus contos preferidos atualmente. A recepção não foi das melhores. Aqui em Brasília a gente diz “– Já chegou queimada.” Aceitaria ficar caso a deixassem fazer o que quisesse. Recebeu um “tô nem aí” dado com ombros e olhares desprezíveis. Em três meses o lugar era outro. Comprou do seu bolso livros e gibis, chamou pedreiros, eletricistas, poetas e artistas plásticos de Santo Amaro, convidou bandas de hip hop e rap, fez brincadeiras com as crianças. Com seu BBB (bagunça boa na biblioteca), Andréa deu ar, luz e aroma ao espaço, transformando aquele lugar abandonado num centro de interesse da biblioteca. Ao meio dia subia na mesa da sala circulante para chamar as pessoas. Batia palmas, recitava poemas, travalínguas, adivinhas, parlendas para convidar as pessoas. Desenvolveu os projetos Biblioeteatrando, no qual lia um livro e pedia aos ouvintes para interpretarem espontaneamente a história com teatro e o Era uma Vez Outra Vez, no qual fazia mediação de leitura, sem sequer saber que era uma técnica. Ocorreu um fenômeno de superlotação na biblioteca. Numa época em que não havia google, as pesquisas realizadas pelos alunos dobraram, e a fila dava volta no quarteirão até a sala de leitura. Uma flor sempre de destaca onde é plantada.
dos leitores especiais e brilhante aluno. Certa ocasião, ela foi chamada na diretora de bibliotecas por causa de uma denúncia. A diretora, muito ignorante e irritada chamou-a de irresponsável e disse-lhe que biblioteca não era creche muito menos hospital. Após explicar tudo, dizer que o menino ganhara dignidade e pertencimento, ela mesma falou para a convidá-la para o próximo banho. Felipe entrou para a Usp, fez letras e é professor de português numa escola estadual no bairro de Pinheiros em São Paulo.
mesmo tempo, engraçado, foi com uma importante atriz global ( de quem ela não revela o nome nem a pau! rsrsrs). Reunião com hora marcada. A atriz chegou toda pomposa, foi receber-la na porta da secretaria, como era seu costume receber seus parceiros. Aquela, petulante, lhe ordenou chamar “sua chefe”. Ela respondeu, “-Pois não!”. Deu ordem, na surdina, para sua secretária acomodá-la em sua sala. Deu a volta, atravessou a rua vagarosamente apreciando o sol e a paisagem, comeu pastel com caldo de cana, falou da vida com o jardineiro, cumprimentou os conhecidos. Depois de dar a ela um chá de cadeira bem longo, entrou no departamento. A artista, irritada com tamanha demora e descaso da “chefe”, ao avistá-la novamente, pretendeu dar-lhe uma bronca. Andréa entrou, empoderou-se em sua mesa, deu ordens a todos os servidores. “– Você, faça isso! - Você, faça aquilo. Você, aquilo outro...” Gastou todos os comandos da gaveta. A artista, loura, alta, em vestes glamorosas, começou a se tremer tanto, difícil de disfarçar. “-Deseja um chazinho de camomila, meu bem?” “-Oh, fulana, um chazinho aqui pra madame, por favor!”. E assim, de um tapa com luva de pelica, conquistou uma amiga para sempre.
histórias, curso organizado por Maristela Papa e William Reis, turma de Brasília, 2017/2018.
Muita vida, muita história! Estou honrada com esta oportunidade tão única!
DÁ-LHE UM ANEL
Felipe era o Zé Fedido da escola, menino de rua, ignorado, alvo de chacotas e desprezo. Um dia Andréa pediu ajuda às meninas da limpeza. Mesmo engoiando, deu-lhe um banho caprichado. Deu-lhe roupas novas e uma chinelinha. Virou um príncipe elegante. “Deu-lhe um anel!”. O menino passou a ser aceito pelos colegas. Era uma criança inteligente, inventiva. Tornou-se um dos leitores especiais e brilhante aluno. Certa ocasião, ela foi chamada na diretora de bibliotecas por causa de uma denúncia. A diretora, muito ignorante e irritada chamou-a de irresponsável e disse-lhe que biblioteca não era creche muito menos hospital. Após explicar tudo, dizer que o menino ganhara dignidade e pertencimento, ela mesma falou para a convidá-la para o próximo banho. Felipe entrou para a Usp, fez letras e é professor de português numa escola estadual no bairro de Pinheiros em São Paulo.
A MEMÓRIA VIVA DO AVÔ
Seu desejo de aproximar-se da letras começou cedo. O avô sentava-se na varanda e recitava cordéis de cor para ela e os irmãos. Homem simples, mas dava vida às palavras que saíam de sua boca.Turma de Pós-Graduação Brasília |
ACHADA COMO UM TESOURO
Todos os dias ela admirava aquela casa. Colunas grandes, janelas decoradas, dois leões imponentes na entrada do portão. Um dia ela vasculhava livros no lixo desta mansão. Um homem altivo apareceu e a convidou para entrar. Ela ficou assustada, porém muito curiosa para conhecer a casa de colunas brancas. O senhor a convidou para subir as escadas. O pavor e a ansiedade a consumiram mais ainda. Subiu degrau por degrau. Olhos arregalados. Não acreditou na mirada de seus olhos. Uma biblioteca particular, enorme, cheirosa, organizada. O senhor então chamou por dois nomes. Apareceram duas crianças mais crescidinhas, e disse-lhes: “- Vocês dois têm tudo aqui e não dão valor. Esta menina cata no lixo os livros desprezados por vocês. ” Depois de terem saído, ele a deixou contemplar o espaço por alguns minutos. Ofereceu-lhe para pegar o livro que quisesse, e mais, a partir daquele dia, pediu a ela para não mais se dirigir ao seu lixo, mas lhe dava sua permissão para frequentar aquela biblioteca. Tempos depois foi contratada por esse senhor para dar aulas de redação para seus filhos.
A COLEGA DO LEITE CONDENSADO
Andréa era muito boa na escola. Lia, relia, escrevia. Não tardou para ser requisitada pelas colegas. As ajudava com as redações e tarefas, e como pagamento recebia lata de leite condensado. O carinho é tão imenso que até hoje as recebe de presente embaladas entre fitas e sacolas coloridas das amigas mais íntimas.
O CONCURSO ROUBADO
Andréa era boa de redação. Ah!, isso ela era mesmo, sem dúvida alguma. Fazia as tarefas de casa de redação para as colegas, e, muitas vezes, as professoras lhes davam notas melhores. Já conhece a pesquisa -Faz diferença a cor da pele na hora de ganhar uma nota na escola?Clique aqui!- Um dia, a professora sua fã a incentivou a se inscrever no concurso de redação. O primeiro lugar ficou para a filha de um médico, mas todos sabiam que a tal redação fora escrita por ele. Andréa ficou entre os três primeiros colocados com um prêmio de consolação. Ainda assim, valeu a experiência.
NADA MELHOR DO QUE UM PASTEL DEPOIS DO OUTRO...
Dentre os vários cargos ocupados por ela na Secretaria de Cultura, o episódio mais dramático, e, ao Andréa Souza e Giulieny Matos |
TURMA DE PÓS 2017/2018
Andréa Souza foi a madrinha e patrona da minha turma de pós-graduação em A arte de contar Muita vida, muita história! Estou honrada com esta oportunidade tão única!
Conheça mais contadores de histórias:
#Giulieny Matos é autora de Brasília. Publicou sete livros infantis, visita escolas e é apaixonada pelo grupo de contadoras de histórias. Lançou livro na Europa, foi entrevistada pela TVJustiça, vários jornais de Brasília e de outros Estados. Contatos giulienymatos.blogspot.com; giulieny.autora@gmail.com; 61 981316214
TROFÉU DE SUPER CONTADORA DE HISTÓRIAS PARA ANDRÉA SOUZA!
Brasília te ama!
Biografia de Giulieny Matos - Clique Aqui!
Magnífica experiência esta: ler sobre vc mesma e enxergar uma criatura marcada pelo amor aos livros e a certeza de que a promoção da leitura, a valorização da arte narrativa são instrumentos de benefícios às pessoas.
ResponderExcluirGratidão ,amada pela leveza de sua escrita.
Amei! Parabéns história inspiradora.
ResponderExcluirQual seu Instagram?
ResponderExcluirParabéns a Sra. Merece receber o título de Cidadão Paulistana.
ResponderExcluir