“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã!”
(trecho da música do Legião Urbana)
RAIO X
Nome: Marlúcia Santos
Nome de Palhaça: Doutora Chapeuzinho
Contadora e mediadora de leitura desde: O ano 2000, ao assumir a biblioteca da EC 53 de Taguatinga
Nasceu no: Núcleo Bandeirante, Distrito Federal. Seu pai, Pedro Zuzino, ajudou na construção de Brasília! Algo que a enche de orgulho!
Aniversário: 4 de outubro
Comidas preferidas: Bife acebolado e galinha caipira
Bebidas preferidas: Suco de frutas e chopp de vinho
Estação do ano: Verão
Praia ou campo?: Praia
Natureza?: Obra prima do Criador, e ao mesmo tempo uma declaração de amor à humanidade!
Rádios preferidas: Canção Nova e Atividade FM
Programas de TV: Globo Repórter, novelas e variedades
Filme preferido: “A espera de um milagre”!
Qualidades: Alegre, responsável, tagarela e boa ouvinte
Defeitos: Exigente consigo mesma. Indecisa e ansiosa
Gosta de: Estar com pessoas, de dançar zumba e dança circular
Ama: Viajar e conhecer lugares diferentes
Detesta: Falsidade, falta de respeito e mentira
Odeia: Ficar doente! (
risos), ter de esperar por outra pessoa e passar roupa
Profissão: Professora aposentada
Participa: da Associação Amigos das Histórias desde 2013; Associação Viva e Deixe Viver desde 2014, e do grupo Anjalhaços, desde 2014.
Histórias que mais gosta de contar: “
Qual o sabor da Lua”, de
Michael Grejniec; tradutor
José Feres Sabino; “
O sapato que miava”, de
Sylvia Orthof com ilustrações de
Ivan Zigg; e “
Macaquinho”, de
Ronaldo Simões Coelho, ilustrado por
Eva Funari.
Sonha com um mundo de paz, onde as pessoas sejam respeitadas, um mundo sem fome nem miséria!!!
Projeto Sala de Leitura
Um problema de saúde transformou a atividade de Marlúcia dentro da escola. Quando voltou readaptada, suas opções eram ficar no cafezinho, atender o telefone, ou encarar o depósito. Este “depósito” era a sala de leitura com um montão de livros entulhados onde ninguém queria pisar. Marlúcia optou por esse desafio de colocar o espaço para funcionar.
A princípio era só para organizar os livros e fazer empréstimo simples para os alunos. Passou um tempão os organizando e catalogando. Deixou a biblioteca pronta para as crianças frequentarem. Montou um horário, fez o possível e o impossível pelo seu novo “emprego”, mas ainda considerava suas atividades uma migalha diante dos livros a conversarem com ela, literalmente! Ao folheá- los, encontrava histórias lindas, as quais desejava partilhar com quem entrasse pela porta mágica da pequena sala adaptada.
Paralelamente às suas limpezas e organizações, foi sutilmente se infiltrando no mundo dos contadores de histórias e dos poderes reveladores das bibliotecas. Ela concluiu: “-
É um desperdício eu não colocar isso em prática”. Elaborou um projeto destinado à direção escolar para contar histórias de 15 em 15 dias, atendendo todas as turmas em sala na sala na biblioteca. “
E não é que isso fez o maior sucesso!”, nos conta com alegria sobre o excelente resultado.
“Os professores se interessaram, as crianças estavam muito com muita vontade de ir para biblioteca, exigiam seu direito mesmo quando alguma professora não queria levá-los.” Tudo isso a foi incentivando a melhorar cada vez mais, tanto a contação de história, como em dinâmicas e atividades.
Foi um trabalho intenso de praticamente 17 anos na biblioteca, e isso a fez muito feliz enquanto readaptada, porque o professor readaptado na escola é visto como alguém sobrando. Assim, Marlúcia se tornou contadora de história. Durante 5 anos fez parte do projeto “Amigo da Escola”, onde trabalhou (Escola Classe 53).
Cursos e Mais Cursos
Aos poucos nossa homenageada foi tomando gosto pela contação, vencendo a timidez e treinando. Admite, ainda hoje, depois de todos esses anos, de vez em quando sofrer de sudorese nas mãos e de dor de barriga.
É extremamente grata a todas as profissionais, mulheres educadoras maravilhosas, sonhadoras, lutadoras por uma educação de qualidade aqui em Brasília. Sem elas, ao transmitirem, sem barreiras, tudo de melhor na arte de contar história, não teria tido o mesmo sucesso. O apoio da rede é fundamental.
Ressalta a importância das oficinas. Elas fazem parte de projetos imprescindíveis na Secretaria de Educação. De vez em quando o governo quer tirar as meninas de lá dá, faz uma confusão, “mas não pode acabar porque isso é uma coisa muito importante para a formação de novos contadores de histórias, para sensibilização dos professores quanto à importância da contação de histórias, para serem melhores professores em sala de aula, para a riqueza dos alunos.” Enfim, é um programa muito importante para a educação em Brasília.
As mentoras das Bibliotecas
O roll de agradecimentos é grande:
Maristela e o William, Thaís, Cláudia, Maria Célia Madureira e Raquel Gonçalves (Racumin e Racutia), Vânia, Maria José, Grupo Palepalanthus (Miriam, Rose Maranhão, Alda e Simone Carneiro). “A todas essas meninas sou extremamente grata! Todas essas pessoas maravilhosas cruzaram meu caminho e me ajudaram a ser uma pessoa melhor, uma professora melhor, uma mediadora de leitura melhor e uma contadora de história melhor.
Devo o que sou a toda elas.”
O lobo em julgamento
Com Maria Célia e Raquel, mentoras das bibliotecas de Taguatinga, em uma das oficinas, aprendeu várias técnicas para serem aplicadas no espaço. Uma dessas novidades foi o júri simulado. Pegou o livro “A verdadeira história dos três porquinhos”, do estadounidense Jon Scieszka, traduzido por Pedro Maia Soares, e montou o tal júri simulado.
Marlúcia era o
lobo, a professora da turma era a
juíza. Cada turma por vez. Eram escolhidos o advogado de defesa, o de acusação, com direito a
toga, terno, gravata e
martelo; e plateia formada pelo restante da turma com direito a
cédula de votação e tudo mais. Todas as turmas da escola classe 53 vivenciaram a experiência do julgamento do lobo “mau”. Sim... porque por mais que o advogado de defesa fosse habilidoso em fazer a defesa do lobo, sob a lógica da cadeia alimentar e tudo mais, (“-Olha eu vou te falar viu, eu descobri um tanto de advogados bons nas turmas!
Risos!), por mais esforçado, após a contação dos votos, o lobo foi condenado em todas as turmas!
O mais divertido foi o recolhimento do malvado na “cadeia”. A cada condenação, o vigilante, lá da portaria, vinha com seu cassetete e levava preso o lobo (no caso, Marlúcia, rsrsrsrs) . Foi, com certeza, um trabalho realizado com muito prazer. A escola inteira comentou, pois de fato, foi uma atividade muito bacana, e todo o projeto está guardado num cantinho bem especial em seu coração.
Palhaça Chapeuzinho
Formada em
bestereologia pela
Universidade do Cuspe, a Doutora Chapeuzinho, como é conhecida, também visita voluntariamente adultos internados em hospitais com o grupo chamado Anjalhaços, mistura de anjos com palhaços, já conta com mais de 300 voluntários.
Os grupos dessa linha de interação são chamados de “cloud hospital”. Usam nariz de palhaço e cada um tem uma performance própria. Visita
adultos no Hospital Regional do Gama (HRG), no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), no Hospital de Samambaia e muitos outros. Quer ser um voluntário? Fale com Marlúcia!
Direitos da Criança Hospitalizada
Para nossa homenageada, a criança hospitalizada, assim como as outras crianças, tem direito de acesso à cultura, aos livros de qualidade, aos livros de imagem. Sendo um direito da criança, Marlúcia se investe dessa nobre missão e sai pelo mundo afora encantando quem olha pra ela (Abraço Grátis!).
Mediadora de Leitura
Marlúcia é, além de contadora de história, mediadora de leitura. No hospital, o livro é bastante usado, pois são poucos os objetos permitidos por causa da contaminação, ou seja, a diferença é que a leitura do livro é realizada de modo lúdico, com músicas e adaptação. Herdou essa prática dos 17 anos de biblioteca escolar, ao contar histórias com o livro em mãos.
Membro da Associação Amigos das Histórias
Atuação
Se apresenta em creches e escolas, com cachê ou voluntária em eventos sem fins lucrativos. Tem mais afinidade em se apresentar para o público infantil, por conta do trabalho na biblioteca, atendendo crianças de educação básica até as séries iniciais, mas não distingue público.
SARAU NO TAGUAPARQUE
Toda segunda quinta-feira do mês a tura toda de contadores de histórias se reúne para ser feliz e contar histórias. Evento gratuito. Lanche coletivo. Apareça! Horário: às 19h30 no prédio da administração do Parque.
Contato 984239098
Ah! Ela também adora histórias cantadas e gosta de poesias!
Algumas delas são “A porta”, de Vinicius de Morais; “A bailarina”, de Cecilia Meirelles.
Troféu de super contadora de histórias para Marlúcia!