*3 Contadoras
de Histórias e professoras de Taguatinga, 3 filhos na Medicina*
Por Giulieny Matos
O que Taguatinga tem? O que a contadora de histórias tem? O
que a medicina tem?
Muitos podem pensar que ser contador de histórias é apenas
um hobby. Mas não! O contador de histórias é mais que um artista. Ele se veste diferente para se apresentar e é cheio de apetrechos especiais para interagir com o público. Além dos muitos livros de sua preferência, geralmente ele possui uma mala mágica cheia de bonecos, de flores, de animais, de recursos visuais e sonoros e muita criatividade. É ele quem dá vida aos personagens do livro, faz a
imaginação do ouvinte voar e o coração sentir o texto.
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Contadora de Histórias Sônia Morato |
Para quem o ouve, pode ser momento
profundo de diversão, de introspecção, e até de autoconhecimento. Hoje está na
moda, inclusive, contratar um contador de histórias para se apresentar em
evento social narrando a trajetória do aniversariante ou de um empresário.
Em
homenagem ao dia do contador de histórias de 2018 entrevistei três grandes
contadoras de histórias com muitos pontos em comum. Primeiro, são contadoras e
professoras! Segundo, moram em Taguatinga, Bairro de Brasília; e terceiro, as
três possuem filhos na medicina.
Segundo pesquisa realizada por um banco
internacional privado, a profissão de médico é a mais cobiçada em muitos países
do mundo e também no Brasil.
(Clique aqui e veja o link da pesquisa). Então eu pergunto, será a profissão de contador de
histórias é modificadora do futuro das pessoas?
Ao entrevistar as três mães,
percebi alguns pontos em comum. Todas incentivaram a leitura de modo lúdico e
divertido desde cedo.
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Contadora de Histórias Maristela Papa |
Maristela Papa já lia para seu filho desde grávida e quando
os filhos estavam um pouco maiores, possuíam rotina para tudo, até hora
reservada para brincar com livro.
Nilva Mitral fez varal de histórias de um
lado e de outro da cama de Pedro para ele e o irmão se interessarem pelas capas
dos livros e com elas se entusiasmassem e tivessem curiosidade de folheá-los.
Sônia Morato sentava-se à mesa com Getúlio para brincar com os livros, revistas
e jornais. Getúlio desde pequeno brincava de consultar a mãe, grávida dos
irmãos.
Os filhos das três contadoras foram crianças normais, nunca deixaram de
brincar por causa de tarefas e sempre receberam muitos elogios pelas notas
altas no colégio. Todos se tornaram leitores assíduos por volta 9 e 10 anos.
Nilva Mitral nunca imaginou o filho médico. Ela ficou super feliz quando Pedro passou para
psicologia na Unb e super assustada quando ele decidiu, após 1 mês de curso, deixar aquela faculdade para estudar para o vestibular de medicina.
De imediato ela até foi contra, argumentou com o filho como ele poderia trocar
o certo pelo duvidoso. Pedro hoje já possui dois anos como clínico geral e está
feliz.
Já toda a família de Sônia Morato é médica. Seu esposo, 1 irmão, 2 tios, 2 cunhados, 8 sobrinhos e 10 primos. Admite que tomava gosto se o filho optasse
pela profissão, pois é uma área com oferta de emprego para todos. Getúlio já
está com 14 anos de profissão, é pediatra, hebiatra, Coordenador da Escola Superior de Ciências da Saúde do DF (ESCS), professor do UniCeub e
médico da seleção brasileira de polo aquático feminina.
Maristela Papa vibra
com o filho estudante de medicina da Unb, apesar de ter desejado para ele docência em história. Sempre incentivou os filhos a serem algo do qual
gostassem, pois já conviveu com pessoas com frustração profissional. Matheus desde
pequeno tinha curiosidade em saber qual o tipo de sangue de cada um e de saber
sobre o corpo humano. Sempre estudou em escola pública, está com 24 anos, passou
um ano na Polônia pelo Projeto Ciência Sem Fronteiras e conheceu 32 países.
A história que nos une, autora e contadoras, é o livro "A Menina Derretida".
Nilva Mitral foi a contadora que deu vida à Derretida além páginas de papel. Ela preparou o reconto da história, a música, os gestos e se apresentou no dia do lançamento na Livraria Cultura, no palco central com holofotes nas Bienais Brasília I e II e feiras do livro, além de me acompanhar em escolas até o dia no qual tive de assumir minha própria agenda.
Maristela Papa, junto com o contador e músico Willian Reis levaram a história para dentro das escolas e a contaram pelo menos 58 vezes com o projeto itinerante
"Caravana de Histórias".
Sônia Morato também adotou a Menina Derretida em seu repertório e se apresenta voluntariamente em escolas e hospitais. Para a eternidade, a Menina Derretida é um livro que brinca com a realidade e o imaginário das crianças!
Ouvir
histórias cura o deserto interior. Ouça histórias, conte histórias.
20 de março
é o dia do Contador de Histórias.
Parabéns a todos eles, e em especial para Nilva Mitral, Maristela Papa e Sônia Morato!
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Contadora de Histórias Nilva Mitral |