terça-feira, 2 de abril de 2019

ANÁLISE DA PROFESSORA NILVA MITRAL S. MONTEIRO PSICOPEDAGOGA sobre o livro "CADÊ MINHA MÃE?"

ANÁLISE DA PROFESSORA NILVA S. MONTEIRO 
PSICOPEDAGOGA

sobre o livro

"CADÊ MINHA MÃE?"



Transcrição do áudio datado 19/11/18


“... Eu estava lendo de novo o livro Cadê Minha Mãe... Fiquei aqui pensando sabe, nessa segunda vez que eu li o livro, fiquei lembrando das Fernandas, do João Paulo, da Iasmim, Caio, Priscila e de várias crianças na nossa escola... 

Neste livro o personagem não tem nome porque ele, ..., ele é todas as crianças que eu acabei de falar... e realmente é um tema difícil da gente tocar. Ele existe, está cada vez mais real na nossa sociedade, infelizmente! .... 

Eu vejo que este livro dá voz a essas crianças, dá elas o direito de opinar e de se expressarem como está descrito no Estatuto da Criança e do Adolescente, é primordial! Tem uma premissa de fala... quando a boca cala o corpo fala. ...E a gente tem visto muito, muito corpinho de criança falar na nossa escola. É lamentável! Dói! 

O “Cadê minha mãe” é uma oportunidade de colocar esse tema na mesa. As nossas crianças hoje são muito acessíveis. Elas são muito inteligentes. Elas são muito antenadas, e colocar um tema desse para discussão é incluir, é fazer a inclusão dessa criança no processo de sala de aula onde ela deve se perguntar como esse personagem do livro. Será que a mamãe daquele meu colega é igual à minha? Onde é que ela mora? 

Eu vou dizer... minha amiga,... essa sacada de fazer esse livro é muito genial!, porque é um assunto velado, né! Um assunto que parece um tabu. O que eu acho é que as crianças precisam ter a oportunidade de falar sobre isso. 

E como seria esta oportunidade? Como é que eu poderia colocar isso pra essa minha criança que passa por essa dificuldade? Como é que eu posso incluir essa situação numa sala de aula? A criança é tão espontânea, né! Como a gente já viu, na sala, na nossa escola, ela simplesmente fala: “- Minha mamãe tá presa. ”... e ela fala isso assim, naturalmente, numa rodinha de conversa. 

Como será bom ter esse livro para poder mostrar que além dessa criança da rodinha de sala de aula, existe um personagem de um livro infantil que passa pela mesma dorzinha que ela tem. 

Fiquei só pensando aqui sabe, dizem que os olhos são a janela da alma, né! ... E quando eu vejo os olhos desse personagem aqui, eu vejo ele na minha frente uma criança, sabe! ... que vive essa situação que está em prantos, que está em choro, que está triste. 

E, eu penso que, a partir dessa literatura, produzida por você, desse filho que você entregou para sociedade, é um início de um processo de cura, de libertação. 

Que coisa boa esse livro! Muito bom! “Eu quero ser forte, forte o bastante para esperar outro dia para estar com minha mãe.” Não importa onde a minha mamãe esteja. Eu vou estar aqui esperando por ela... e eu vou aprender a ser forte, com a minha vovó, com o meu vovô, com meu primo, com a minha professora, com meus colegas, e com o CADÊ MINHA MÃE! 

Um comentário:

  1. Excelente livro, o erro dos pais não pode alcançar os filhos. Parabéns pela iniciativa de escrever sobre algo tão difícil, mas de maneira inteligente e eficaz.

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Obrigada pelo carinho e pela participação. Abraços derretidos pra você... Giulieny Matos