terça-feira, 2 de abril de 2019

ELOGIO DE VANDA DOREA ao livro CADÊ MINHA MÃE

Transcrição do áudio enviado por Vanda Dorea, pedagoga, residente em Brasília DF, mãe de quatro filhos.


“Bom, agora quero te contar a experiência única, ímpar, amorosa, que foi a visita que eu fiz para as crianças de Samambaia com o seu livro. Quando eu cheguei lá, eles estavam assistindo televisão,..., os seis... aí eles já tinham acabado de almoçar, estavam assistindo televisão, aí eu levei um cachorro-quente refrigerante e tal... aí quando eu cheguei, né, eles estavam na sala, assistindo, eu cumprimentei todo mundo, sentei lá com eles, e aquelas carinhas mais tristes que você possa imaginar, né, porque há pouco tempo a mãe deles foi presa pela segunda vez, né! Eles muito tristinhos e tudo... E aí eu sentei, perguntei, beijei, ... ‘como é que tá na escola?’, um já estava passado de ano, só estava indo por causa das notas das faltas, né... que não pode ter... Aí eu peguei e falei assim, -Olha gente!, hoje eu vim aqui visitá-los e contar uma história para vocês. Uma história de uma amiga minha que escreveu, autora Giulieny, e ela escreveu sobre um tema que fala muito sobre o que vocês estão passando agora. Aí eu mostrei a capa e falei –‘-Onde está a minha mãe?’. Nossa, amiga! Se você visse os olhinhos deles... ficaram olhando para o livro assim... com os olhinhos cheio d'água, sabe!... Aí eu falei... -Vocês acham que esse livro foi escrito pra vocês? Aí eles ficaram olhando... aí eu falei... -Eu vou contar! Quando eu terminar de contar vocês vão me dizer... Aí eu contei a história, a dona Idalina, né, que está cuidando deles, estava na sala também. Nossa! Ela chorou tanto, amiga! Aí eu contei ...Naquela hora que fala a hora mais difícil é a hora da visita... Aí é que a dona Idalina chorava!, porque ela sofre muito quando ela leva, né, os meninos, e tem que vir para casa, e aguentar a barra de tudo que acontece depois que chega em casa, né! Ela só fez uma visita pra ela até hoje. A gente teve que comprar roupinha branca para todo mundo, aqueles negócios lá, né! E ela só foi uma vez. Ela disse que não dá conta. Ela falou para as crianças que pede perdão para elas, mas que ela não dá conta do sofrimento deles depois que eles fazem a visita, né. Aí contei a história, tudo, eles ficaram assim com aqueles olhinhos marejados, né! Aí quando eu terminei a história, eu perguntei: -Agora vocês vão me responder... -Vocês acham que esse livro foi escrito para vocês? Aí eles: -Sim!, e eu falei: -Sim!, pra vocês e para tantas outras crianças que também estão passando por essa situação. Vocês não são os únicos, quem dera fossem os últimos, e não serão os primeiros, né... Mas eu quero dizer para vocês que vocês, graças a Deus, o anjo da guarda de cada um de vocês, tá bem amparado, porque a dona Idalina não vai desamparar vocês! Essa equipe que a gente juntou de colegas, de amigos, todos juntos ajudando vocês, em material escolar, em tudo... Pena que a gente não pode fazer o papel da mamãe de vocês, porque ela é a mãe de vocês!... Mas quando a mamãe de vocês sair de lá, o desejo do meu coração é que ela encontre vocês firmes, né! Encontre vocês bem estruturados, no caminho certo, fazendo valer a pena a vida que Deus deu para vocês!... Porque a gente pode fazer um pouquinho diferente,... A gente aqui não está julgando a mãe de vocês. A mãe de vocês é a mãe certa, mas como ela errou, ela precisa pagar pelo erro dela como qualquer pessoa no mundo. A vida tem consequências... Aí eu chamei o mais velho, né, dei um abraço nele, entreguei o livro para ele, e falei para ele: -Toda vez que vocês se sentirem muito angustiados, dá uma olhadinha no livro para vocês perceberem que vocês não são os únicos. Nossa, amiga! Foi uma emoção... assim que não tem nem palavras para dizer. Sou muito grata, viu! Muito obrigada pela oportunidade de ter podido falar sobre esse assunto com tanta leveza! Te amo!”

Veja os outros elogios e narrativas de experiências marcantes a partir do livro:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pelo carinho e pela participação. Abraços derretidos pra você... Giulieny Matos