segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Agressões verbais também são consideradas maus-tratos



Crianças educadas em ambientes violentos têm prejuízos emocionais e psicológicos Foto: Shutterstock Agressões verbais também são consideradas maus-tratos




Crianças educadas em ambientes violentos têm prejuízos emocionais e psicológicos
Foto: Shutterstock


Com a dificuldade de conciliar a vida profissional com a criação dos filhos, a solução encontrada é recorrer a babás ou creches. Além de pesquisar e ter muita confiança para deixar os pequenos aos cuidados de outros, é preciso estar atento ao tratamento que seu filho recebe quando você não está por perto.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Apoio aos Profissionais que Atendem Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência (NAP) do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Rachel Niskier, as crianças de cada faixa etária expressam de maneiras diferentes que estão sofrendo maus-tratos. Nem sempre a violência é física e, mesmo nesse caso, as agressões podem não deixar marcas visíveis.
Bebês de até um ano, que ainda não falam, encontram outras maneiras de expressar descontentamento. Mudanças de comportamento como choro excessivo, irritação constante, estranhamento exagerado (um pouco é normal nessa idade) em relação a certas pessoas, recusa de alimentos e dificuldade para adormecer podem ser indícios de que estão sendo maltratadas. “Os mesmos sinais podem indicar também que a criança está doente, por exemplo, mas não pode ser descartada a hipótese de que esteja sofrendo maus-tratos”, afirma a pediatra.
Recusa social
Em crianças um pouco maiores, os pais devem ficar atentos a outros sinais. Quando ainda não tem bem desenvolvida a habilidade da fala ou tem dificuldade para verbalizar o que está acontecendo, a criança tende a evitar as pessoas que lhe fazem mal.
Rachel descreve esta atitude como uma “recusa social”, comparável a quando os adultos “não vão com a cara” de alguém. Quando o pequeno relata que está sendo maltratado, fique alerta. “Todos sabem que as crianças têm uma mente fértil, ainda mais hoje, que são expostos constantemente a estímulos, mas, a princípio, sempre acredite na criança”, aconselha a pediatra.
É preciso estar atento não só ao comportamento, mas também ao corpo. Quando a criança passa a tomar banho sozinha, é comum que os pais vejam menos seu corpo, não notando manchas e cicatrizes que podem ser consequência de maus-tratos.
Diferentes formas
A violência pode ser cometida de diferentes maneiras. Além da física, as crianças há abusos sexuais ou verbais, todos graves. Segundo a pediatra Rachel, uma das formas mais comuns de agressão é a que não deixa marcas no corpo. “Mesmo a família e os amigos podem cometer violências verbais, muitas vezes sem perceber o que estão fazendo”, diz. Conforme a médica, o prejuízo para autoestima da criança é grande.
A pediatra ressalta ainda que a violência contra crianças e adolescentes não é prerrogativa de nenhuma classe social, e pode acontecer em qualquer lugar. Segundo ela, só o que muda é a forma. “É corriqueiro presenciar casos de negligência em shoppings sofisticados: é uma cena comum ver a mãe muito bem-vestida, carregando sua bolsa, enquanto uma babá carrega a criança. Os pequenos precisam do carinho e atenção da mãe, negar isso a eles também é uma forma de violência”, afirma.

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