Cristina Leite - Contar, brincar e amar!

"O plantio é livre, a colheita é obrigatória." - Provérbio chinês

Por Giulieny Matos

RAIO "X"
Nome: Cristina Aparecida Leite
Nome artístico: Cristina Leite
Nasceu e mora: em Brasília
Aniversário: 24 de setembro
Família: filho (15), pai e irmã
Profissão: professora desde 1993
Lugar preferido: beira do mar
Sobremesa: sorvete
Bebida: água
Natureza: uma necessidade
Hobby: dançar
Estação de rádio: 95.3 CBN
Estilo de filme preferido: romântico
Time de futebol: flamengo
Ama: companheirismo
Detesta: mentira
Odeia: covardia
Qualidade: escrever bem
Defeito: ser indecisa
Mania de: mexer a perna
Medo da: violência
Um sonho: que as pessoas sejam mais empáticas

Cristina Leite é graduada em letras e em dança. Servidora da Secretaria de Educação do DF,  é professora de formação continuada para docentes. Com o objetivo de fortalecer e incentivar o brincar,  abastecer os professores de muitas técnicas e brincadeiras, facilitar o engajamento professor-aluno a valorizar e utilizar o brincar em sala de aula, Cristina Leite dedicou seu tempo a um mestrado sobre brincadeiras corporais novas e antigas. Estudos provam a importância vital do brincar para o ser humano. Incentivar e  promover o brincar, oferecer brincadeiras além da tecnologia é necessário para o bom desenvolvimento social, emocional, físico e psicológico do ser humano. Na era moderna, o "antigo" também se faz necessário.

Leitora voraz. Na 5ª série (atual 6º ano) lia um livro por dia. Leu toda a coleção Vagalume. No ensino médio, aos 14/15 anos foi convidada pela professora de português a corrigir as redações dos colegas. A professora a elogiava, dizia que seu português era perfeito, pois não errava uma vírgula sequer. Essa experiência foi determinante para a escolha da sua profissão. Em casa, sua mãe não lhe cobrava tarefas domésticas, colocava o maior gosto que ela estudasse.

A descoberta. Em 2007 Cristina Leite realizou o curso "A arte de contar histórias" na oficina pedagógica de Ceilândia e se descobriu uma contadora de histórias. Para ela, "contar histórias é encontrar o humano que somos, é um momento mágico." Desde então, não conseguiu mais parar.

A transformação. Sentiu-se transformada pela experiência. Para ela, esse curso foi um divisou de águas em sua vida, tanto pessoal quanto profissional. Sentiu-se inserida num universo lúdico que não conhecia dessa forma. Cristina Leite conhecia o universo literário pela leitura e não pela escuta ou participação na  contação de história. 

Nova visão. Atuava, à época, como professora de português dos anos finais. Não teve acesso a essa formação lúdica na universidade. Após essa incrível experiência, nos conta que se tornou mais dinâmica, mais preocupada em levar para os estudantes o universo da contação de história porque percebia o brilho do olhar de quem a escutava, mesmo os adolescentes.

Assumindo a contação. Conheceu a Associação Amigos das Histórias (AAH) pelas colegas de trabalho, onde teve a oportunidade de se formar e se dedicar a esta prática com mais afinco. Participou do grupo de 2009 a 2018. Nessa temporada foi também professora do curso de pós-graduação em "A Arte de Contar Histórias", no qual uma de suas responsabilidades era orientar e corrigir os artigos dos cursistas. Cristina Leite participou do 1º e 2º Encontros Internacionais de Contadores de Histórias e vários eventos realizados em Brasília, também de várias mostras culturais. 

O público preferido da contadora Cristina Leite são os adultos. A sua apresentação preferida é declamar o cordel “A história dos contadores de história”, de Josy Maria.

Fato marcante. Assistiu a uma apresentação do Eric Chartiot num simpósio de contadores de histórias no Rio de Janeiro. Partilha conosco que "foi literalmente mágico!", porque ele usa a mágica na suas contações de histórias.

Fato trágico. Não estava gripada nem resfriada. Depois de 7 minutos de uma apresentação de contação de histórias, Cristina teve de interromper, de forma abrupta, sua performance, porque simplesmente sua voz sumiu. Após os exames, descobrira sofrer de refluxo. Suas pregas vocais foram, literalmente, queimadas. Até hoje faz tratamento, pois o dano foi grave e nunca sentira qualquer sintoma.

Cristina se apresentando na EAP no curso de formação para professores

Viva a Plenarinha. Nossa homenageada da semana ficou muito feliz com sua participação na culminância da 7ª  Plenarinha da Secretaria de Educação de Brasília/2019, da educação infantil, realizada na Biblioteca Nacional de Brasília. A formadora Cristina Leite brincou com aproximadamente 400 crianças que passaram por sua oficina. Ao total, calculam que cerca de duas mil estiveram no evento da Plenarinha naquele dia. 

Cristina Leite pode perceber, na prática, como as crianças amaram brincar com os brinquedos cantados. Cristina nos esclarece que, atualmente, as crianças brincam mais com o celular por estar-lhes mais acessível. É apenas uma forma de brincar diferente, tecnológico. Acredita que as crianças não brincam mais como precisariam com brincadeiras de rua e corporais, porque isso geralmente não lhes tem sido proposto. Um dos motivos pode ser a própria correria familiar, que não lhes dá tempo nem opção.

Em breve ocorrerá o lançamento do seu livro Rodas de Brincar, resultado de sua pesquisa de mestrado, sobre a ampliação do repertório de brincadeiras para os docentes brincarem com as crianças. Parabéns pelo livro e agradecemos, pois será muito útil para professores de todo o Brasil!

Troféu de super contadora de histórias para Cristina Leite!

*Giulieny Matos é autora de literatura infantil, mora em Brasília, é membro titular da Academia Inclusiva de Autores Brasilienses – AIAB, com pós-graduação em contação de histórias pelo curso da Maristela Papa. Visita escolas e conta histórias por onde passa. 

Títulos publicados: Cadê Minha Mãe? (Ing/port/braille), Doutor Akazo, Somos Todos Especiais (Ing/port/braille); Mamãe Nota 100 (Ing/port), A lagarta Vitória, The Melted Girl, A Menina Tagarela, O Cardápio Maluco, A Família dos Carneirinhos Coloridos, A Menina Derretida.

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