Autores de livros infantis de Brasília

quarta-feira, 17 de maio de 2017

O melhor possível - por Maria José Rocha Lima

MARIA JOSÉ ROCHA LIMA
O MELHOR POSSÍVEL
   
Numa conferência sobre educação para transformação social, na Bahia, ao defender como uma condição sine qua non para educar as crianças e jovens uma escola bonita, limpa e organizada, com um professor compenetrado da importância do seu magistério,

Lembrei-me da hostilidade de professores contra outros que se vestem bem e contra diretores exigentes com a ordem, com a limpeza e que são zelosos com os uniformes dos alunos e até dos professores.

Uma amiga me contou que a sua irmã mais velha, professora da rede pública na Bahia, ia dar aulas sempre muito arrumada e sofreu muitas críticas dos colegas de trabalho, que consideravam a sua performance elegante uma afronta aos “alunos pobrezinhos”.

A professora não cedeu e chegou à aposentadoria vestindo – se à altura da missão de mestra.

Essa história me deu uma oportunidade raríssima para refletir sobre o modo descuidado como se vestem os professores e professoras, atualmente, com impactos muito negativos na relação professor/ aluno.

Aquela professora baiana não confundia a miséria material dos seus alunos com miséria intelectual, tratava seus alunos com muito respeito, se apresentava para eles como todos devemos nos apresentar para cumprir missões importantes, como ir à missa, a um culto religioso, a uma solenidade e ao trabalho.

A aula é um rito que deve conter uma ordem e uma determinada cerimônia. Quando em nosso dia-dia temos alguma obrigação a cumprir, seja ela profissional, social e de lazer, nos preocupamos com a nossa higiene pessoal e também com a nossa apresentação, com a aparência. A nossa fé, o nosso amor e os nossos sentimentos são manifestados através dos gestos, das palavras, do canto, da posição do corpo, do silêncio e também do vestuário. Tanto o vestir como o gesto, ambos dão força à palavra.

Como cobrar das crianças e jovens higiene corporal, uniformes bem cuidados e entendimento de que a frequência à escola é um rito que exige determinadas regras de comportamento, dentre elas roupa limpa, apropriada, de preferência bonita e cheirosa, para facilitar a aproximação dos colegas e da professora? Só pelo exemplo.

Por isso, palmas para a irmã de Adele Bei Carmo, que sempre foi à escola como quem vai à missa, como dizemos na Bahia! Para Deus, sempre o melhor! E para os nossos alunos, o melhor possível!

Maria José Rocha Lima é mestre e doutoranda em educação.

http://www.diariodopoder.com.br/artigo.php?i=52145699266

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